A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), por meio da Procuradoria-Geral do Município (PGM), entrou com uma liminar, neste domingo (10), pedindo que a reintegração de posse do “puxadinho” do Iate Tênis Clube seja julgada com urgência.
O Conjunto Arquitetônico da Pampulha se tornou Patrimônio Cultural da Humanidade em 2016. A decisão foi tomada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco).
Além da “imediata reintegração de posse da área”, a ação encaminhada ao juízo da 3ª Vara da Fazenda Pública Municipal solicita que o clube desocupe o espaço no prazo máximo de até seis meses.
Objetivo da ação, segundo a PBH, é dar uma resposta à Unesco, que manifestou recentemente preocupação com a inércia do estado brasileiro em avançar com o processo de desocupação da área, que integra o Conjunto Moderno da Pampulha.
A batalha judicial entre o poder público e o Iate Tênis Clube se arrasta há anos. Em 2019, a PGM havia feito um pedido de tutela de urgência para a reintegração de posse. No entanto, o pedido não chegou a ser apreciado pela Justiça. Uma audiência de conciliação está prevista ocorrer até o fim do ano.
O que diz a Prefeitura de Belo Horizonte
Por meio de nota, a PBH afirma que há o risco de a Unesco “inserir o Complexo Moderno da Pampulha na Lista do Patrimônio Mundial em Perigo, com base no artigo 11.4 do Tratado para a Proteção do Patrimônio Mundial, Cultural e Natural”.
Segundo o município, em recente decisão, a Unesco considerou “preocupante” a inércia do estado brasileiro em avançar na demolição do anexo do Iate, que esta travada por ausência de decisão da Justiça.
O Iate Tênis Clube faz parte do Conjunto Moderno da Pampulha, projetado nos anos 40 pelo arquiteto Oscar Niemeyer (1907-2012), na época em que Juscelino Kubitschek (1902-1976) era o prefeito da capital.
Com quatro mil metros quadrados de área, o anexo foi construído entre 1977 e 1984, segundo a PBH, à revelia dos traços originais de Niemeyer e da autorização dos órgãos de patrimônio – o conjunto arquitetônico tem tombamento federal, estadual e do município.
Segundo a administração municipal, o anexo obstruiu a visão do clube a partir da Igreja da Pampulha, bem tombado desde 1947. Outras edificações que compõem o complexo são a Igrejinha São Francisco de Assis, a Casa do Baile e o Museu de Arte (MAP).
Fonte: https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/noticia/2021/10/10/prefeitura-de-bh-pede-urgencia-a-justica-para-decidir-sobre-reintegracao-de-posse-do-puxadinho-do-iate-tenis-clube.ghtml